sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Um feitiço pra chamar de seu


Cada pessoa tem um jeitinho peculiar, uma espécie de marca registrada, que carrega para onde quer que vá e por mais que tente disfarçar ou camuflar, essa marca vai aparecer. Ah, vai!
Somos a soma de vários elementos, várias características, traços herdados, outros adquiridos socialmente, uns mais acentuados, outros mais quietinhos, porém...





não menos presentes.

São várias características que conferem identidade a uma pessoa...
Algumas são mais perceptíveis que outras, ou, dizendo de um outro modo, ficam mais evidentes em certas circunstâncias ou no convívio com determinadas pessoas.

Se bem me lembro, aprendi nos livros de Psicologia que guardamos tantos "eus" dentro de nós mesmos, que muitas vezes nem nos damos conta disso.




  • A pessoa que somos na essência (e que em muitos aspectos até desconhecemos)
  • A pessoa que achamos que somos (a percepção que temos de nós mesmos)
  • A pessoa que gostaríamos de ser (para onde canalizamos nossas aspirações e anseios)
  • A pessoa que os outros acham que somos (a percepção das outras pessoas em relação a nós e que nem sempre bate com o que somos na realidade nem com o que gostaríamos de ser)


  • Agora, imagine todas essas "pessoas" interagindo...

    Parece confuso? Complicado? Impossível?




    Claro que não!

    É maravilhoso! 

    Surpreendente! 

    Apaixonante!



    É exatamente assim que somos: dinamismo à toda prova.
    E é justamente aí onde está a "graça" de sermos o que somos.

    Estaremos sempre mais felizes e em paz, quando todos esses "eus" estiverem próximos, convivendo harmonicamente, ou seja, quando não houver grandes discrepâncias entre eles.

    Isso não é tão fácil, nem simples de ser alcançado, porque essas forças que nos moldam e influenciam nem sempre convergem; muitas vezes são até conflitantes.

    Ao longo do tempo, alguns desses traços permanecem, solidificam-se, cristalizam-se e traduzem a nossa essência onde quer que estejamos.
    Por outro lado, há aquelas características, que vamos aprendendo, aprimorando ao longo da vida, que servem para nos manter em linha com as circunstâncias, com o ambiente em que transitamos e revelam que somos seres capazes de nos adaptar, de mudar, de evoluir.

    Já reparou que algumas pessoas se definem de um jeito e para nós, parecem ser totalmente diferentes?
    Nós mesmos achamos que somos de um jeito "tal", e as outras pessoas nos definem no modo "qual".
    Nem sempre TAL e QUAL se conversam ...





    Por exemplo, algumas pessoas dizem que sou calmíssima, tranquila; outras me chamam de "enjoadinha". Entretanto, também já me disseram que sou "braba". Há também quem diga que sou criativa, inventiva. Será?

    Tranquila, acho que sou. Enjoadinha, às vezes. Briguenta, acho que não sou mais. Só brigo quando vejo que a causa vale a pena. Não gosto de injustiças, mas também, dou muito valor ao meu precioso tempo.


    É comum a gente ouvir dizer por aí que "de perto, ninguém é normal", não é mesmo?

    Quem me conhece mais de perto, pode até dizer que sou conciliadora, compreensiva, mas há também quem prefere dizer que sou "linha dura", insensível, teimosa, persistente, decidida, determinada.
     Então, devo ser  mesmo um pouco de tudo isso "otras cositas mas".  Ah, além disso, como sou bruxa, um feitiço a mais, um feitiço a menos, não vai me causar nenhum problema, né?

    Se assustou com isso?
    Calma! Estou me referindo a feitiços muito especiais de encantamento, charme, carisma, talento, vocação, particularidades, encantos e toques pessoais que cada um de nós possui.

    E como é bom poder contar com a diversidade que vamos encontrando ao longo da vida ...
    Aprendemos tanto com isso!

    Pensando aqui com os meus botões, vou dando uma breve passada pelas gavetinhas de minhas memórias e vou lembrando de amigos queridos, de ontem e de hoje, e de suas particularidades ... Personalidades absolutamente inspiradoras!

    Pessoas leais, honestas, dedicadas, batalhadoras, inteligentes, generosas, divertidas, companheiras, e, sobretudo, humanas; do tipo que têm defeitos, mas também muitas virtudes, que erram e  também acertam, que choram, e muitas vezes sorriem, que se desesperam, mas que apesar de tudo creem.

    Não vou citar nomes, mas tenho uma verdadeira coleção de preciosas personalidades no meu jardim de amigos.
    Posso até imaginar que muitos deles, quando tiverem oportunidade de ler esse texto, vão se reconhecer  aqui nas descrições, outros não vão fazer a menor ideia de que estou me referindo a eles ...
    Ah, essa tal de percepção seletiva!!!

    Vejamos, então, alguns deles ...

    Tenho aquele amigo atrapalhado, que troca os nomes das pessoas, confunde os assuntos, liga pra um, pensando que está falando com o outro e por aí vai ... Quem não tem um amigo assim, né?  Ele consegue dar um nó em qualquer conversa, qualquer circunstância, por mais simples e corriqueira que seja, faz uma bagunça daquelas!

    Por outro lado, tenho alguns amigos que possuem memória irretocável e são capazes de lembrar de nomes e fatos que ocorreram há mais de 30 anos com a maior riqueza de detalhes. Impressionante! É de dar inveja!
    Mas tem também aquele esquecidinho, que só não esquece a cabeça, porque está grudada ao pescoço. Zero por cento de memória! Não sei o que vai sobrar quando estiver velhinho!

    Tenho aquela amiga que tem uma risada contagiante; e que a gente começa a rir só de vê-la gargalhar. Não é preciso nem saber o motivo da graça! Tem outra que tem uma voz rouca, doce,  charmosa, inconfundível. Tem também aquela que fala bem fininho, tão agudo que chega a tilintar bem dentro dos nossos ouvido. Ela por si só já faz o barulho de uma trupe inteira!
    Tem aquela amiga que escreve super-bem, é muita criativa e cuidadosa com as palavras. As mensagens de aniversário, os textos que ela escreve são de uma inspiração! E por falar em inspiração, tenho um amigo que brinca com a inspiração e escreve coisas hilárias e muito bem construídas. Olhando para a carinha séria dele, não tem que diga! Tem o dom de brincar com as palavras. Ah! lembrei de uma amiga que tem a caligrafia linda, parecida com aqueles manuscritos antigos, rebuscados, cuidadosamente delineados sobre o papel. Coisa rara hoje em dia!
    Já tem outros que escrevem coisas indecifráveis, verdadeiros garranchos! Mas e não é que aprendi a decifrar tudo que ele escreve? Tem muita gente querendo ser "doutô" por aí ...

    O jeito de andar é uma marca registrada para muitas pessoas. Tem aquele apressadinho, passos miúdos. Tem aquele que anda devagar, desfilando, sem pressa alguma e quase nem tiram o pé do chão. As meninas costumam caprichar no rebolado: umas porque a "mala" que carregam na parte traseira já é mesmo bastante volumosa, mas tem também aquelas, que nem "mala" carregam, mas não perdem o molejo de modo algum!

    Tenho amigos que tocam violão e cantam divinamente... Ah, "passar uma tarde em Itapuã"...
    Tem outro que dedilha o violão e conta causos como ninguém, sabe de cor e salteado toda letra de Karolina com K, do Gonzagão.  Em compensação, já tem outros que juram que sabem cantar, pegam o microfone no karaokê e não deixam espaço pra mais ninguém. O detalhe é que, quando cantam, espantam todos que estão por perto. Um desastre!
    Tenho amigas também "chegadas a um microfone", até que conseguem levar direitinho uma canção até o final. O que importa é que há garantia de muita animação em qualquer festa!

    Tenho amigos dançarinos de primeira, e outros nem tanto. Tem aquele que parece flutuar numa contradança, e tem aquele desengonçado, que chega a provocar um imenso cansaço à parceira que o acompanha, pois, você há de concordar comigo, é bem mais difícil conseguir dançar o tempo todo fora do ritmo. Isso acaba com qualquer um!

    Tenho amigos que falam alto demais, não sei se por problemas no aparelho auditivo, ou se com o intuito de se sobressair perante os demais. Apenas posso garantir que o barulho é grande!
    Já tem aquele outro que sussurra o tempo todo, fala tão baixinho que dá trabalho entender o que ele está dizendo. Nem oito, nem oitenta, né?

    Tenho amigos vaidosos. Tenho amigos desleixados.
    Tenho amigos estudiosos, tipo CDF. Tenho amigos preguiçosos.
    Tenho aquele amigo super alto astral, onde chega faz a festa e alegria de todos,  não tem quem não simpatize logo de cara com ele. Gente boa demais da conta! Já tem outro que é a própria figura do Zangado da Branca de Neve: resmungão, mal humorado, pessimista e chato. Mas, apesar disso, tem um coração enorme e, no fundo, é muito boa gente!

    Tenho uma amiga que fala com uma voz tão doce e pausadamente que as palavras saem de sua boa como se fossem uma sinfonia, em compensação, tenho outra amiga que fala tão rápido que as palavras parecem sair antes mesmo de serem pronunciadas. Resultado: ninguém entende nada!

    Tenho uma amiga que ri à toa, ri até de si mesma, em momentos que dificilmente outras pessoas encontrariam motivos pra rir. Seria ela uma hiena? É bem assim que ela se define. Figuraça! Totalmente de bem com a vida!

    Tenho amigas extremamente dengosas e outras absolutamente destemidas.
    Tem também aquelas que são extremamente organizadas, centradas, metódicas. Em compensação tem aquelas bagunceiras e bastante desenvoltas dentro de sua própria bagunça. Isso também é uma arte!

    Essas particularidades de cada um de nossos amigos, e das pessoas que nos cercam formam uma estrutura interessante, onde construímos nossos relacionamentos. Esse é o nosso ambiente de interação. Muito aprendemos com essa diversidade.
    Algumas vezes nos espelhamos e, em outras, nos espelhamos ao contrário, como forma de escolher o que queremos e o que não queremos para nós. E isso nos faz bem danado!
    A partir do contato com o outro, da observação das semelhanças, diferenças e particularidades, consolidamos a percepção que temos de nós mesmos, e assim, crescemos.

    A verdade é que através de nosso jeito, da nossa personalidade, podemos imprimir ao mundo a nossa assinatura, o nosso jeito de ser e isso faz toda diferença!
    Temos, assim, um "feitiço pessoal", que nos acompanha em todas as nossas andanças por esse mundo de meu Deus!

    Falando nisso, consegue agora pensar em algum feitiço pra chamar de seu?
    Vou lhe dar uma mãozinha ...

    Certa vez, participando de um treinamento,  ouvi de um instrutor a seguinte pergunta:

    Quando você se for, 

    quando não mais estiver aqui, 

    como gostaria de ser lembrado?


    Parece uma pergunta um tanto mórbida, não é mesmo?
    Confesso que na hora também fiquei um pouco assustada com essa pergunta, mas, ao final das contas, gostei desse exercício.

    Vejamos: ao posicionar o pensamento dessa forma, estaremos traçando o nosso perfil na direção do horizonte e canalizaremos nossa força, nossa energia para tudo que gostaríamos de deixar como legado. Coisas que realmente importam pra nós.
    Nossos sonhos ajudam a construir essa escalada, mas não bastam. É preciso agir!

    Esse exercício de reflexão pode ajudar a encontrar nossos reais objetivos de vida.

    Seria o mesmo que perguntar:

    Que marca você quer deixar no mundo?


    Acho que não viemos aqui a passeio.
    Nossa vida tem, sim, um propósito.

    Por essa razão temos que caprichar nessa assinatura, para que sejamos lembrados por atitudes nobres, íntegras, legais, e claro, com o nosso jeitinho.

    Lembre-se:

    A assinatura que registramos 

    pela vida afora 

    não é grafada a lápis, 

    logo, jamais será apagada.



    Que nos sirva de alerta a mensagem trazida pela canção Epitáfio dos Titãs, que fala das coisas que deveríamos ter feito e que não fizemos; das coisas que deveríamos ter experimentado e não experimentamos, da vida que deveríamos ter vivido e não vivemos.





    Pra que deixar a vida pra depois, não é mesmo?


    Por essas e outras, é que precisamos pensar nisso desde já e construir um caminho verdadeiro, que nos leve ao lugar almejado e que possamos aprender e curtir tudo que for possível durante a trajetória, tornando-nos pessoas melhores.

    Mas, não venha me dizer que não leva jeito pra essas coisas, porque eu bem sei que isso não é verdade.
    Todo mundo tem algo de bom a oferecer, a acrescentar, basta querer!
    Basta olhar pra dentro de si próprio e ver o tamanho potencial que habita em você!

    Perceba que tem sempre uma LUZ a conduzir sua vida e, através dela, você pode fazer brilhar toda sua essência.

    Pode acreditar! É a mais pura verdade!




    Deixo aqui a minha gratidão a todos as pessoas que fizeram ou fazem parte da minha vida: familiares, amigos queridos e colegas de caminhada, pois, de uma forma ou de outra, todos contribuíram para que eu me tornasse a pessoa que sou hoje, e certamente, serão imprescindíveis na continuidade desse caminho de aprendizagem, que não para nunca!

    Que assim seja!


    Imagens: Google
    Vídeo: Youtube

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    4 comentários:

    1. Muito bom o texto! Verdade, passam muitas figuras na nossa vida e acabam deixando suas marcas.
      Refletindo até agora sobre "Que marca você quer deixar no mundo?"

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      1. Essa perguntinha deixa a gente fora de órbita, né? Também fiquei assim por um bom tempo ... Mas, verdade seja dita, ela tem me ajudado muito a repensar sobre as prioridades da minha vida. Acho que tem funcionado bem! Obrigada pela visita e pela contribuição, Rilter! Abraços

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    2. Amei, Ildete! Ler seu texto foi uma agradável e divertida viagem ... Não me vi nos personagens descritos, o que era de se esperar, por tudo q já foi explicado por você ... mas acho que identifiquei um deles ... Rsrs Muito bom! Parabéns! 😘

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      1. Acho que a tal percepção seletiva atuou bem direitinho ... hahahahaha ... Talvez eu te perceba de uma forma diferente da que você se percebe ...Será? Deixa pra lá! O que importa é que, como eu disse, de um jeito ou de outro, todas as pessoas estão constantemente contribuindo para o crescimento de outras. E você tem um lugarzinho muito especial em minha vida, e já sabe disso, certo? Bjs querida!

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